FICHAMENTO: FUNÇÕES E PÁPEIS DA
TECNOLOGIA (PP 1-9)
VIEIRA,
Alexandre Tomaz. Funções e papéis da
tecnologia. Gestão Escolar e Tecnologias. Formação de Gestores para o uso
das Tecnologias da Informação e Comunicação. São
Paulo, PUC-SP, 2004. Disponível em:< http://moodle.mec.gov.br/unb/file.php/8/Professor_Pedro/_Texto_2_VIEIRA_A._T._Funcoes_e_papeis_da_tecnologia.pdf>
Resumo:
O
autor mostra que benefícios podem ser alcançados no trabalho pedagógico com o
aluno, mas que o mesmo trabalho só se consolida quando o professor domina
conceitos e práticas relacionadas à tecnologia e principalmente quando essa
passa a ser aliada à gestão da escola. Ele promove uma explicitação da
diferença entre dados, informação e conhecimento, citando diversos exemplos.
Fica
clara a importância do uso de tecnologias no manejo de dados escolares, porém
se verifica a necessidade de cautela em analisar que
deve haver um diagnóstico da influencia humana na interpretação, transformando
os dados em informações uteis.
Também se levanta propostas de implementação de sistemas nas
escolas e questionamentos para reflexões do que pode ser proposto de acordo com
a realidade de cada escola.
2)
Citações principais do texto:
“Mas o grande problema em foco da gestão escolar é saber
como a tecnologia pode ser um grande aliado da equipe de direção e coordenação
da escola” (...) (p.1).
“Computadores podem ser grandes aliados dos gestores na
transformação de dados em informações. No entanto, raramente podem ajudá-los no
que se refere ao contexto que permite dar um sentido aos dados; ficam também
para nós a função de definir os aspectos relativos à categorização, ao cálculo
e à condensação dos dados” (p.3).
“A capacidade de transformar informação em conhecimento não pode
ser realizada por uma máquina, sem a interferência da mente humana, isto é, tal
capacidade é exclusivamente humana” (p.4).
“A criação de ambientes informatizados na organização para apoio à
gestão do conhecimento deverá considerar os processos pelos quais são feitas as
trocas de informação e a cultura de colaboração existente. Organizações
internamente muito competitivas ou que apresentem um elevado grau de isolamento
entre os funcionários, terão mais dificuldade de criar um ambiente de troca. A
prática de trabalho dos professores, geralmente isolada nas salas de aula,
dificulta sobremaneira a criação de uma cultura de colaboração. Por isso, há
necessidade do gestor planejar a existência de momentos de troca de
experiências entre professores e funcionários. A implementação de um sistema de
organização e disseminação de informações na escola torna-se bem mais fácil
quando a cooperação já faz parte da cultura escolar.” (p.6).
“(...) Quando um sistema é implementado em culturas
organizacionais previamente estabelecidas, a forma pela qual as informações são
organizadas e produzidas interage com a cultura já existente, criando situações
que resultam em sintonia e reforço ou em dissonância e oposição. Tudo isso
aponta para a necessidade de clareza e coesão da equipe sobre os objetivos
pretendidos pela organização” (p. 8).
3)
Comentários (parecer e crítica):
De acordo com o autor é
possível verificar a relevância da tecnologia aplicada à rotina da escola,
porém percebe-se que existe uma diferença entre dados, informação e conhecimento.
Dados são fatos objetivos de determinados eventos, a informação é uma mensagem
que precisa de significado, já o conhecimento tem caráter humano.
É
possível que um dado se transforme em informação desde que se passe pelo
processo de contextualização, categorização, cálculo, correção e condensação. O
dado não pode ser analisado sem um contexto para adicionar fatores extras. Isso
só é possível através da mente humana que é capaz de ponderar esses dados, pois
somente o conhecimento é capaz de avaliar, julgar e priorizar dados e
informações. Porém dados, informação e conhecimento estão interligados: o
conhecimento precisa de informação para ser construído e a informação necessita
de dados.
Para
que haja transformação da informação em conhecimento é necessário comparar,
verificar consequências e conexões além de ouvir diferentes opiniões.
Outra
forma de obter conhecimento nas organizações escolares é o estudo e análise de
suas rotinas, ou seja, é saber observar e aproveitar as várias experiências que
poderão ser compartilhadas. É necessário cooperação, professores e demais
funcionários devem se mostrar dispostos a partilhar.
Diversas
são as possibilidades de usar a tecnologia a favor da comunidade escolar e
muitas escolas inclusive já vem empregando essas facilidades. Podemos perceber
que desde o lançamento de notas, elaboração de diários, repasse de informações
ou mesmo no aumento da qualidade das aulas com o uso de equipamentos.
O
problema é que muitas vezes essas tecnologias não são dominadas por muitos
funcionários o que dificulta o trabalho em equipe. Quando por exemplo a escola
se propõe a elaborar uma prova multidisciplinar, o simples envio de questões
por email às vezes é visto por alguns como problema. Repassar depois essas
notas digitalizadas pelos coordenadores outro problema. Isso porque nem todas
as escolas contam com internet e computadores, mas também porque nem todas as
pessoas estão preparadas para se integrar as novas tecnologias. É necessário
investimento nas escolas, mas acredito que o fator principal está na abertura
em se colocar como aprendiz. É necessário que as pessoas estejam dispostas a
novos desafios e não se prendam as dificuldades encontradas, mas que busquem
soluciona-las com uma maior troca de experiências e colaboração. Existe a
necessidade de se requerer cursos de aperfeiçoamento nessa área bem como
promover uma maior integração entre os colegas.
O
gestor deve planejar a existência de momentos de
troca de experiências permitindo um maior direcionamento para abordar essas
tecnologias adaptando-as de acordo com a realidade escolar e tendo-a como
aliada nos processos tanto administrativos quanto pedagógico.
4)Questionamentos
(questões levantadas e dúvidas):
Todas
as informações devem ser avaliadas para verificar sua relevância frente à
comunidade escolar em que se atua, mas diferentes dados são precisos para a
confecção dessas informações. É importante que se tenha acesso a esses dados e
as pessoas que os geraram, porém esses devem ser estruturados por meio das
tecnologias garantindo um controle e segurança desse acesso. Com isso
levanta-se uma questão sobre a clareza em se utilizar esses dados. Será que a
implantação é coerente com as propostas pedagógicas da escola? Ou será possível
que as perspectivas e benefícios esperados pelos usuários podem ser alcançados
se não houver um comprometimento geral?
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